Escravo por amor
5 de novembro de 2016.
“Aquele que era livre quando foi chamado, agora é escravo de Cristo…” (1 Coríntios 7:22)
Nos tempos antigos, Moisés estabeleceu uma lei que determinava que o período de escravidão não poderia passar de seis anos, e, no sétimo ano, o servo poderia ser livre. Entretanto, se o servo, no tempo de ser liberto, não quisesse deixar seu senhor, ele seria levado perante os juízes e deverá expressar o seu desejo de permanecer nessa condição para sempre em público (Êxodo 21. 2-6). Ninguém escolheria continuar escravo, ao menos que encontre uma opção melhor, ou seja, a forma como ele era tratado pelo seu senhor inspirava a dizer: “A minha prisão, ainda que chame ou classifique como escravidão é melhor do que eu teria se eu fosse livre!” Aliás, nos tempos bíblicos, a relação de escravo e senhor era muito forte, como o caso de Abraão seu servo Eliezer.
A nossa decisão na caminhada com Cristo começa com uma escolha de renunciar a nossa liberdade para viver como escravo de Cristo. Quando olhamos e compreendemos a dimensão do amor de Deus por nós, isso nos leva a corresponder no nível de resposta com nossa entrega, renúncia e doação. Assim como Paulo afirma: “O amor de Cristo nos constrange, por ter morrido por nós…” (1Corintios 5.14). Desse modo, Deus espera de cada um de nós uma resposta motivada por amor, uma entrega natural sem interesse – uma decisão livre e espontânea em permanecer “escravo” por amor.
Na verdade, só falava Senhor quem estava em uma posição de escravo, isto é, uma extrema submissão absoluta e completa. Mesmo porque, a palavra “SENHOR” da nossa cultura e na nossa língua portuguesa é fraca. Para os judeus, expressar a palavra “SENHOR” tem haver com uma pessoa que é dono, proprietário, aquele que domina. Por esse motivo que os judeus pronunciam “Adonai” que significa meu Amo, meu Senhor, meu dono. Nesse caso, ser escravo de Cristo é perder a capacidade de auto governar. Está associado a perda do controle de si mesmo, onde ele domina suas vontades (2Pr 2.9; 1Cor 6.20)
Mais que performance religiosa Deus espera obediência, porque se não obedecemos a Cristo, estamos descaracterizando a relação de Senhor e escravo, Dono e servo: “Por que vocês me chamam: “Senhor! E não fazei os que vos mando?” (Lc 6.46)
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