Entregues a morte

“Por amor de ti, somos entregues a mortos todos os dias; somos condenados como ovelhas para o matadouro…” (Salmos 44.22)

O salmista nos ensina que amar a Deus de verdade, envolve perdas. Um amor sacrificial, sem limites e sem restrições. É doar a si mesmo, ao ponto de colocar em risco a sua própria vida. Quem se converte ao Islamismo, por exemplo, não pode se ajustar no seu estilo de vida, mas sim, você tem que ajustar e adaptar  ao novo código de crença do Islamismo. A punição é severa se não levar a serio o Alcorão (Livro sagrado).

Assim também é o evangelho, Jesus ensina que a sua vida tem que ajustar o evangelho e não o evangelho ajustar em você. Sendo assim, para que algumas coisas sejam liberadas, outras precisam morrer em seu coração e Deus ocupar o devido lugar. Os apóstolos foram todos martirizados, em exceção João, pois o próprio Jesus afirmou em Marcos 9.1 que diz: “[…] que alguns de vós passareis pela morte…” De fato, Jesus estava falando de morte literal, pois não queria  iludir e nem colocar medo nos discípulos, mas temor no coração. Uma decisão de convicção para quem esta seguindo. É saber o que esta fazendo. Porque seguir só por emoção a pessoa pode ficar iludido, ou seja, tornando um seguidor frustrado, pois a palavra deixa bem claro: “No mundo tereis aflições, mas tenha bom animo, eu venci o mundo…” ( João 16.33)

Na verdade, ter bom ânimo em meio a dor, perseguição e provação só será possível quando o nosso amor a Ele estiver enraizado em nosso coração. Um amor intenso para com Deus tem  a capacidade de produzir paz em qualquer situação na sua vida: ” O Senhor guardaras em perfeita paz, aqueles cujo propósito esta firme nele.” (Isaias 26.3). Ter propósito firme é saber o que quer e ter alvos bem definidos, isto é, tudo afinado com os padrões divinos, para então, vir os benefícios: “conservará em perfeita paz.” Que as suas lágrimas e suas renúncias não venham tirar a sua paz, o seu amor e sua confiança nele.

Fiéis até a morte

“O diabo lançará alguns na prisão, e vocês sofrerão perseguição durante dez dias. Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida…”  (Apocalipse 2.10)

A primeira perseguição aos cristãos pelo governo romano ocorreu sob o imperador Nero, em 64 d.C., após o Grande Incêndio de Roma. Os primeiros mártires cristãos, foram torturados e mortos por oficiais romanos que obrigavam o culto aos deuses, ganharam tanta fama entre seus aliados que outros povos vizinhos quiseram imitá-los. Na mente do povo, o imperador era visto como um deus e muitos ofereciam incenso ao imperador romano. Por outro lado, os cristãos se recusaram a oferecer incenso ao imperador romano, de modo que os cristãos eram vistos como desleais. Além disso, os cristãos não participavam de festas, procissões, sacrifícios aos deuses pagãos, isso produziu mais hostilidade entre o povo e o imperador da época.

Durante a Grande Perseguição, os governadores receberam decretos diretos do imperador que igrejas e textos cristãos deveriam ser destruídos, a reunião para adoração cristã era proibidas.  Os cristãos que se recusavam a se retratar, enfrentariam severas penalidades. Muitos cristãos foram presos, julgados no fórum e posteriormente mortos

Era o caso da igreja de Esmirna, que estavam sofrendo um período de grande perseguição. Uma igreja que estava enfrentando a própria morte. Entretanto, a fidelidade até a morte era a marca dessa igreja. Aqueles crentes eram pobres e agora estavam sendo encorajados a enfrentar a própria morte, se fosse necessário. Observe que o verso não diz para ser fiel até o último dia da vida, mas ser fiel até o ponto de morrer por essa fidelidade. Saiba que somos chamados a sermos fiéis até às últimas consequências, mesmo em um contexto de hostilidade e perseguição. E Deus espera o nosso compromisso de fidelidade, seja no trabalho, na família, ministério. Enfim, não negociar a fé por nada, ainda que isso lhe custe sonhos, emprego, casamento, sua vida. A Bíblia diz que “todo aquele que quiser viver piedosamente em Cristo será perseguido.” (2 Tm 3:12)

O Senhor busca a nossa permanência n’Ele e a nossa fidelidade a Ele independente das circunstâncias que estamos vivendo, essa é a nossa maior adoração. Então não olhem para o sofrimento, mas para a recompensa!

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