O anseio da corsa

“Como suspira a corsa, pelas correntes das águas, assim a minha alma suspira por ti…” (Salmos 42.2)

Não existe nada que possa satisfazer os anseios da nossa alma, a não ser Deus. Não existe nada realmente que possa trazer satisfação plena, constante, perfeita e abundante, a não ser a sua presença. E foi isso o que os filhos de Corá descreve através de uma metáfora “suspiro da corsa” que tem um sentido de suspiro forte, profundo interesse, forte anelo, desejo intenso por Deus, uma compulsão intensa, querer algo com muita força. Um desespero profundo, ao ponto de gritar, correr, buscar e farejar como uma corsa. Uma necessidade extrema comparada como necessidade de água e comida.

Como sabemos, a corsa é um animal que vive em regiões desérticas do Oriente Médio. É um animal de pequena estatura, arisco e de costume migratório – dotado de olfato privilegiado que lhe possibilita sentir cheiro de água a quilômetros de distância. Por não ter reserva natural de gordura necessária para queimar durante o calor do deserto como os camelos, tem necessidade de beber água constantemente.

Caso a corsa não encontrar água, a sua pele pode endurecer e criar rachaduras e feridas, começando a exalar um mau cheiro, atraindo serpentes e raposas do deserto. Por esse motivo que a corsa correr desesperada ao encontro da única substância que pode matar sua sede: Agua. Assim também é em nossa vida, quando deixamos de beber dessa fonte, a nossa “pele espiritual” pode começar a engrossar, produzindo um mau cheiro (2Pedro 2.17; Judas 1.12).

Portanto, viver além de um patamar de rotina é quando os interesses são continuamente renovados, onde apreciação é cultivada diariamente na palavra. Além do mais, a nossa baixa intensidade dessa busca, revela com clareza o termômetro das nossas preocupações em relação as coisas espirituais. Aliás, uma pessoa sedenta não desperdiça, aproveita cada gole, cada momento, cada oportunidade: “Deus tem prazer em derramar água aos sedentos.” (Isaias 44.3)

Que sua “pele espiritual” nunca venha a exalar o mau cheiro por falta de buscar dessa fonte que é inesgotável que é a sua palavra: “quem tem sede, venha; e quem quiser, receba de graça a água da vida…” (Apocalipse 22:17). Reprograme e reajuste o seu anseio. Não deixe o seu relacionamento e sua intimidade com Deus virar rotina.

Um anseio da alma

Um certo jovem, foi na casa de seu mestre para saber como ter uma profunda intimidade com Deus. O sábio mestre, sem responder palavra alguma, apenas pediu para o jovem que lhe acompanhasse até um rio próximo de sua casa. Chegando ao rio, o mestre continuou caminhando em direção às águas do rio. A água batia nos pés, depois nas canelas, nos joelhos. O mestre continuava a ir cada vez mais para o fundo. O jovem hesitou, mas o mestre insistiu que ele lhe acompanhasse. E quando as águas já estavam na altura da cintura, o mestre sem avisar, derrubou o jovem e segura sua cabeça debaixo d’água, sem dar-lhe qualquer chance de se levantar. O jovem se debate, se esperneia, bebe água do rio, tenta de todas as formas escapar dos braços do mestre.

Quando o jovem já estava quase morrendo afogado, o mestre lhe solta. O rapaz se levanta com violência, respira engasgado, cospe água e não consegue esconder a raiva que estava sentindo: – Você está louco?! Você quer me matar?! Quase morri afogado! O sábio mestre responde: – Eis o segredo da comunhão com Deus que você está buscando! Está diante de você! O dia em que você buscar a Deus como você buscava o ar para respirar enquanto estava com a cabeça debaixo d’água e quando te soltei, você O encontrará.

Essa ilustração deixa claro o conceito sobre a busca da sua presença. Muitas vezes, o que nos priva da fome de Deus não é, necessariamente, o pecado, mas as distrações dessa vida (Lucas 8:14; 14:17-20; Marcos 4:19). Tudo o entretenimento em si mesmas podem substituir a fome de Deus. Quando a presença de Deus não é a fonte de prazer, outras coisas tornarão sua satisfação. Aquilo que priorizamos é onde voce vai concentrar e determinar a sua atenção e seu desejo. Quanto mais buscamos, mais sentimos a sua presença, mais desejamos o domínio do seu Espirito em nossas decisões, mais desejamos que o Reino de Deus seja estabelecido em nosso coração: “Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus.  (Salmos 42:1) (Veja volume 2, pag. 33)

Quanto mais andamos com Cristo, mais fome e saudade da sua plenitude nós sentimos. É tempo de buscar com mais intensidade! É tempo de voltamo-nos de coração para o Senhor: “Eis que estão chegando os dias, em que mandarei a fome e a sede de ouvir e se alimentar da Palavra do Senhor…” (Amor 8.11)

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O ANSEIO E O  FOGO DO ESPIRITO SANTO

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