Oração sacerdotal: Não sou desse mundo e sejam todos um

“Tudo que tenho é teu, e tudo o que tens é meu. E eu tenho sido glorificado por meio deles.”  (João 17.10)

Introdução: Neste trecho introdutório da oração, Jesus fala claramente sobre a sua relação com o Pai. Ele já sabia que sua hora havia chegado, então pede ao Pai que o glorifique, para que Ele também possa glorificar ao Pai pelo sacrifício de Sua morte, ressuscitando dentre os mortos. Ele finaliza ao dizer que todas as coisas são do Pai e todas as coisas do Pai é dele. Esta é uma reivindicação de perfeita igualdade. Tudo o que pertence ao Pai é reivindica como Seu. Todas as coisas, inclusive a natureza divina, os ensinos que ele ensinou, as obras que ele fez, são propriedade comum do Pai e do Filho. Esse interesse mútuo da união entre o Pai e o filho também podemos viver e desfrutar. Quando temos uma relação profunda com Deus, através de uma vida de santidade e consagração podemos desfrutar de tudo aquilo que Cristo viveu e realizou aqui na terra (João 14.12)

A.      Como caso da parábola do filho prodigo, onde o filho mais novo pede ao pai a sua parte na herança e parte para terras distantes gastando tudo, sem pensar no dia de amanhã. Quando a sua herança acaba, o filho mais novo passar por necessidades. Em desespero, o filho volta à casa do pai, arrependido.

B.      Seu pai o recebe com muita festa, feliz pelo filho estar de volta, fazendo um banquete para ele. Mas seu irmão mais velho não considera justo que o pai o receba com festas depois do que ele fez, uma vez que ele, o mais velho, sempre foi leal e fiel ao pai e nunca recebeu do pai uma festa como aquela “Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.” (Lucas 15.31).

C.      Muitas vezes agimos como o filho mais velho, não desfrutando daquilo que Deus já nos entregou, simplesmente por viver uma vida religiosa e uma vida no pecado. Saiba que tudo está disponível para nós, basta obedecer sua palavra e abraçar o que foi conquistado na cruz. Hoje, Deus nos convida a ter uma relação mais profunda com Deus. Uma relação que nos leve a sair de uma vida vazia para viver uma vida cheia de Deus, uma vida religiosa para ter uma relação mais profunda, de uma vida superficial para uma comunhão mais intensa em sua presença.

D.     Quando nós oramos, Deus espera que a gente, aos poucos, cresça em intimidade com Ele. Como é a sua relação com Deus? Como a obra que Jesus realizou na cruz interfere na sua vida?

 

1.    Oração Sacerdotal pelos discipulos

“Não ficarei mais no mundo. Pai santo, protege-os em teu nome, o nome que me deste, para que sejam um, assim como somos um…” (João 17.11)

Ao longo dos últimos anos, Jesus havia caminhado tão próximo daqueles homens. Tinha ensinado a eles tantas coisas e transmitido a eles seu coração. Agora Jesus estava partindo de volta ao Pai e nesta oração ele apresenta os pedidos que julgou mais importantes em favor dos seus amigos. É como um pai preocupado que vai fazer uma viagem longa e percebe que vai deixar seus filhos sozinhos. Então, Jesus intercede pelos seus discípulos, e fala ao Pai que eles permaneçam firmes na Palavra e traga a eles unidade.

A.      Na tradição do Antigo Testamento, o sacerdote fazia sacrifícios pelo povo e intercedia por eles diante de Deus. Aqui vemos Jesus intercedendo e se preparando para sua morte. Essa oração recebeu o nome de oração sacerdotal porque nela Jesus se coloca diante de Deus em nosso favor, ao mesmo tempo como sacerdote e como oferta propiciatória.

B.      Quando vejo esse verso, me faz lembrar, também, da afirmação de Jesus direcionada a Pedro: “Satanás pediu autorização para peneirar você, como se peneira o trigo. Mas roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça…” (Lucas 22.31).

C.      Após a peneira, no final do processo, Pedro tornaria um homem melhor. Teria um entendimento mais profundo acerca do reino. Aprimoraria o conhecimento a respeito de Cristo. Visto que, Jesus usou a expressão: “Eu roguei por ti…” Não significa que Cristo se ausentou, mas uma intercessão de preocupação, alguém que está ao lado para auxiliar.

D.     O próprio Jesus se torna como “advogado” de Pedro, defendendo sua causa e procurando ajudar a permanecer firme. Essa intercessão de Jesus serve como modelo por aqueles que estão sob nossa responsabilidade. Nossas orações abrem caminho para que outras pessoas aceitem o evangelho, ajudam a curar os doentes e fortalecem cristãos que estão passando por dificuldades (Tiago 5:16; 2 Coríntios 1:11). Interceder é uma forma de aumentar a união e demonstrar amor por nossos irmãos.

E.      Se você está envolvido na obra que Jesus nos confiou, saiba que os princípios dessa oração são importantes para que você cubra, como intercessor, os seus próprios discípulos. Você já fez orações semelhantes, intercedendo por pessoas que você quer bem ou por pessoas que você está discipulando? 


2.    Oração sacerdotal: Separados do mundo sejam todos um         

“Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade…” (João 17:15-17)

Em sua oração Sacerdotal, Jesus deixa claro sua preocupação com seus discípulos, pois eles enfrentariam desafios e perseguições ao longo do caminho. O plano de redenção estaria consumado, o sacrifício de Cristo seria realizado e os discípulos estaria recebendo o “bastão” para continuar a missão. Mais adiante, o Jesus complementa pedindo que o Pai santifique os seus filhos na verdade. É na santificação que acontece o processo de afastamento das influências malignas do mundo e uma aproximação com Deus. Quando buscamos a santificação na Palavra, passamos a viver um processo de constante santificação onde o mundo perde o significado e não mais consegue imperar sobre nossas vidas.  Em outras palavras, uma pessoa santa vive de forma diferente do mundo a sua volta, pois ele busca exibir traços do caráter de Deus em tudo o que faz.

A.   A palavra ‘santo’ é usada para descrever algo ou alguém separado. São pessoas que são dedicados totalmente a Deus, exibindo a pureza moral que vem do Seu caráter santo. Uma vida separada, nesse caso, não é alguém perfeito, mas alguém que sabe que não pertence mais a si mesmo, pois foi comprado por um ‘alto preço.’ (1Corintios 6.20)

B.     Nesse caso, Jesus estava pedindo que eles tornem discípulos exclusivo, dedicado a exibir o seu caráter e a cumprir os seus propósitos do mundo. Portanto, ser santo é quando seus valores, padrões e perspectivas são diferentes do mundo. Contudo, a santidade não é algo secreto, pois tem outra dimensão que é o seu caráter missional. Assim como somos “separados do mundo” também somos “separados para o mundo.”

C.   É justamente esse mundo caído que Ele veio para resgatar. Assim como nos aproximamos de uma lareira para eliminar e extingue o frio do inverno assim também quando aproximamos da palavra. Quando Jesus pede que “santifique-os na verdade”, ele está pedindo que a verdade das Escrituras molde a forma de pensar e agir tanto a um nível pessoal quanto no nível social. A palavra tem o poder de penetrar em nossos corações, e tornamos pertencentes a Deus.

D.    Nessa aproximação na palavra, o Espírito Santo conduz nossos passos, as forças mundanas se afastam e perdem o seu domínio. Desde que você começou a ler e meditar na palavra, sua vida gerou algum tipo de confronto com os valores do mundo?

 

3.    Oração sacerdotal: Sejamos todos um 

” para que todos sejam um, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste…” (João 17:20,21)

No verso 19 até o 23, vemos Jesus orando à Deus por todos aqueles que vierem a crer em Seu nome. Um dos pontos principais da Oração Sacerdotal é essa: que todos sejam um. Jesus deixa muito claro nesta oração o seu desejo que sua igreja vivesse em unidade para que, através dessa unidade, pessoas creem nele. Em João 15:7, por exemplo, Jesus instrui sobre o princípio que a unidade é fruto da comunhão com Cristo.

A.      No entanto, o ato de permanecer em Cristo nos leva a produzir boas obras, por sua vez, nos torna frutíferos no cumprimento da Grande Comissão. Em 1Coríntios capítulo 12 destaca a diversidade e interdependência de todos os membros, mas que todos são um em Cristo, “batizados no mesmo Espírito”. 

B.      Na unidade não significa que todos se tornam iguais, que as diferenças desapareçam, mas significa que cada um abre mão do seu “egoísmo” para caminhar junto numa mesma visão, num mesmo propósito com os demais, para o cumprimento dos planos de Deus em nossa vida: “E sobre todas essas virtudes revesti-vos do amor, que os une em perfeita unidade.” (Coloss 3.14)

C.      Um ambiente onde todos falam a mesma língua, têm a mesma visão e lutam com o mesmo objetivo tem o poder de atrair mais pessoas a Cristo. Em toda a Escritura, a Igreja é referida como “corpo de Cristo”. A cabeça, que representa a mente, vontade e intelecto, é o próprio Cristo. Isso indica que é Cristo que dever estabelece os pensamentos e a direção do corpo.

Conclusão

Portanto, se queremos viver em unidade temos que submeter a sua vontade e direção. Saiba que o caminho da unidade entre os crentes é o amor, que exige perdão e relações justas uns com os outros. Assim como um mecanismo de defesa do corpo humano é sua capacidade de resistir a doenças com seu sistema imunológico, assim também a comunhão de crentes é ameaçada de divisão, uma resposta esperada seria resistência por meio de oração, comunhão, amor sacrificial e doação.

·         A unidade com Cristo é evidenciada pelo fruto do Espírito.  Sendo assim, devemos nos esforçar para estar em constante comunhão com Cristo e uns com os outros. Saibas que o mundo precisa “enxergar” Jesus através da nossa unidade.

 

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