Salmos 67- Em busca da benção de Deus

“Que Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe, e faça resplandecer o seu rosto sobre nós…” (Salmos 67:1)

Introdução: Quero agradecer pelo convite. Sinto muito honrado por ministrar mais uma vez nessa igreja. Quando pastor Emerson passou tema e o salmos 67, meu coração se alegrou muito, pois esse salmo, apenas com sete versos, tem uma riqueza imensurável que irei compartilhar como os irmãos. Esse salmo, não identifica o autor ou contexto histórico, apenas mostra o anseio do salmista em receber a benção de Deus, para que as nações possam conhecer os caminhos do Senhor e adora-lo. Um pedido não era para satisfazer seus próprios interesses, mas para que através dessas benções gere um testemunho, ou seja, que as pessoas possam conhecer a Deus. Esse é um salmo missionário que revela a nossa missão aqui na terra.

Proposito: Nessa mensagem, iremos entender o porquê o salmista ansiava a benção de Deus e como podemos ser a expressão de Deus aqui na terra. Para isso, estarei contando algumas experiências pessoais que há lições preciosas que devemos aprender sobre a benção de Deus e nosso proposito aqui nesse mundo. Mas antes de abordar na mensagem, é importante analisar o anseios do salmista:

1.      Ele pede que as bênçãos e as misericórdias do Senhor seja derramadas sobre seu povo, para que as nações possam conhecer seus caminhos e adora-Lo. O desejo era tão intenso que ele repete sua oração por três vezes no verso 1,6 e 7: Que Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe, e faça resplandecer o seu rosto sobre nós… (vs1) Que a terra dê a sua colheita, e Deus, o nosso Deus, nos abençoe (vs 6) Que Deus nos abençoe, e o temam todos os confins da terra… (vs 7)

2.      Segundo o costume judaico, quando um judeu ora por três vezes o mesmo pedido, demostrar sua intensa necessidade. Um desejo profundo na alma. Em 2Corintios 12.1-9 afirma que Paulo, após ter sido arrebatado ao terceiro céu, Paulo viu coisas inefáveis.  Em seguida, Paulo afirma que, para impedir que se exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi dado um “espinho na carne”. O apostolo Paulo orou por três vezes para Deus livrasse daquela dor.

 

1.    Salmos 67: Desejo da benção de Deus 

“Que Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe, e faça resplandecer o seu rosto sobre nós…” (Salmos 67:1)

O Salmo inicia sua oração com palavras baseadas na bênção sacerdotal transmitida por Moisés a Arão que está registrada em Números 6:24-26, onde Deus ordena que sacerdote Arão liberasse a benção sacerdotal sobre o povo: “O Senhor te abençoe e te guarde; O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz. Assim eles invocarão o meu nome sobre os israelitas, e eu os abençoarei”.

A.      Atualmente, usamos a benção apostólica “Que a graça do nosso Senhor Jesus Cristo e o amor de Deus e a comunhão do Espirito Santo esteja com todos voz.”  O salmista resolve pegar o “gancho” da bênção sacerdotal e transforma que uma oração. Ele estava apenas reenvidicando seu direito como Israelita em receber a benção de Deus. A benção sacerdotal não era apenas um simples desejo, mas baseada na aliança feita Abraão.

B.      Na verdade, os sacerdotes abençoavam o povo no Nome do Senhor. Isso significa a bênção sacerdotal quando é declarada, o Nome do Deus estava sendo “colocado e invocado” sobre o povo, que resultava em bênção. É por isso que a oração começa pedindo a Deus sua misericórdia, pois Deus é a fonte de toda benção.

C.      A benção de Deus esta ligado em duas vertentes: Prosperidade e riqueza. A riqueza é algo que você tem, conquistou, ganhou ou herdou. Por outro lado, a prosperidade esta ligado em todo aspecto de vida de uma pessoa, seja na área emocional, espiritual e material. É um contentamento e uma satisfação por aquilo que tem. Uma estabilidade emocional e espiritual. É uma satisfação na alma que o dinheiro não pode comprar. Um relacionamento com Deus que riqueza do mundo não pode entregar. Por isso que a riqueza por si só, torna inútil. Há diversos versos em provérbios e salmos que associa a riqueza e a prosperidade.

D.     Precisamos entender que a benção está atrelado a nossa obediência.  A própria aliança de Deus com o povo de Israel contemplava essa conexão entre a benção e a obediência: “Se vocês obedecerem fielmente ao Senhor, ao seu Deus. Todas estas bênçãos virão sobre vocês e os acompanharão…” (Deuteronômio 28:1,2)

E.      O povo estava preste a entrar na terra prometida, então Moises convoca o povo a renovar sua aliança com Deus.  No momento de seu discurso, o povo deveria reafirmar seu compromisso de obediência. Moisés encerra as instruções afirmando que a bênçãos e o cuidado de Deus estaria atrelada a obediência.  Aqui enfatiza como eles experimentariam as bênçãos em todos os aspectos de suas vidas. Além disso, ele nos promete que não seremos nós que correremos atrás das bênçãos, mas são as bênçãos que virão sobre nós, e nos seguiram. Portanto, a benção é apenas uma resposta da nossa obediência.

F.       A Palavra do Senhor revela que tanto a bênção como a maldição são apresentada por Deus diante de nós, dando-nos a plena liberdade de escolha. Todos os dias Deus nos dá oportunidade e a liberdade de decidir as nossas ações. Porém, a benção de Deus vai depender das escolhas que fizermos. (Deuteronômio 11. 28).

G.     O patriarca Abraão, por exemplo, recebeu uma promessa de Deus de que o abençoaria e que seria uma bênção para as nações da terra, entretanto, Deus deixou claro que deveria “andar em sua presença.” É como uma criança que decide brincar no parquinho, mas não pode sair perto da mãe. Caso algum estranho se aproxime a mãe poderá intervir, se cair a mãe poderá socorrer.   Então não saia da presença de Deus, porque somente ele poderá te levantar quando cair, te limpar quando se sujar pelo pecado, te curar quando for ferido, te consolar e abraçar quando chorar.


2.    Salmos 67: Caminhos de Deus                             

“para que sejam conhecidos na terra os teus caminhos, a tua salvação entre todas as nações…” (Salmos 67:2)

Um pedido não era para satisfazer seus próprios interesses, mas para que através dessas benções gere um testemunho, ou seja, que as pessoas possam conhecer a Deus. Esse é um salmo missionário que revela a nossa missão aqui na terra. Esse testemunho terá efeito, ou seja, as nações desejarão conhecer o seu Deus para serem também abençoadas (Zc 8:23; Is 2:3). Outros povos, vendo a proteção dada aos israelitas, tinham motivos de se submeterem e temerem a Deus. Resumindo, que os favores de Deus ao seu povo sejam tão óbvios que as nações vão desejar em conhece-Lo.

A.      É bom lembrar que sempre foi a intenção de Deus que Seu povo desse testemunho Dele no meio das nações (Dt 4:5-8; Is 43:10-13). Israel, porém, não cumpriu essa missão, mas se afastou de Deus e seguiu os ídolos das nações: “O povo de Israel viu os feitos de Deus, mas não conheceu os seus caminhos…” (Salmos 103.7; Hebreus 3.8-14). Durante os 40 anos no deserto, Israel viu o mar se abrindo, a coluna de fogo durante a noite para aquecer e a nuvem durante o dia para proteger e mana todas as manhas. Entretanto, pela murmuração e dureza de coração não conheceu os caminhos do Senhor.

B.      O Caminho fala da “revelação do propósito” e os feitos fala da “manifestação do seu poder.” Na verdade, o proposito dos caminhos de Deus é manifestar seus feitos, pois Deus quer tanto que conhecemos os feitos, como também conhecer os seus caminhos. Aliás, os seus caminhos e os seus feitos são de mutua dependência, porque todos as benção de Deus e feitos é apresentado e revelado um caminho, uma direção e um propósito. E quando deixamos de cumprir o caminho, Deus deixará de realizar os seus feitos.

C.      Pode ter certeza, quando valorizamos o caminho de Deus, os feitos vão intensificar em nossa vida, pois receber o milagre não é apenas um privilégio, mas uma responsabilidade de divulgar seus feitos, pois a cobrança de Deus será na proporção do que recebemos (Lucas 12.48). Quando os feitos de Deus nos toca vem com uma finalidade única de manifestar sua Gloria e nos tornar uma referência para aqueles que anseiam conhecer os caminhos de Deus.


3.    Resplandecer o rosto 

“Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens” (2Cor 3.2)

o salmista pede para que faça resplandecer, isto é, que faça brilhar o rosto sobre eles. Em outras palavras, que Deus olhe de maneira favorável. Que sua presença esteja voltada para seu povo, para que seus caminhos sejam conhecidos e sua salvação seja experimentada por todas as nações.  Como afirma o apostolo Paulo, em ser a carta viva de Cristo e o seu bom perfume entre os homens, transmitindo uma fragrância de vida para as pessoas em sua volta. É, basicamente, um lembrete daquilo que fomos criados.

A.      Sabemos que toda carta revela a essência do seu autor e carrega com sigo uma mensagem. Entretanto, essa carta tem um destino: ela é enviada ao mundo e lida por todos os homens (2Corintios 3.2), ou seja, uma carta pública. Por esse motivo, que não há como esconder, pois, estamos rodeados por pessoa de todo mundo (Hebreus 12.1). Aliás, nessa carta, pode conter conteúdo bom ou ruim. De certa forma, cada um de nós, queiramos ou não, deixamos na vida das pessoas, que convive conosco, uma mensagem daquilo que somos, seja por meio das nossas palavras ou por meio das nossas atitudes.

B.      Assim como caso do servo de Saul, que testemunhou acerca de Davi: “Conheço um filho de Jessé, que sabe tocar e é forte e valente, homem de guerra, prudente em palavras e de boa aparência, e o Senhor é com ele…” (1Samuel 16.17). Observe que o servo falou mais das virtudes e caráter de Davi do que na sua habilidade de tocar. Por esse motivo, as pessoas têm que olhar para nós e associar as palavras que dissemos com a nossa maneira de viver, ou seja, fazer de você a própria resposta do evangelho. Tonar a vida de Deus em você para outros.

C.      Certamente, essa afirmação nos remete ao que o Senhor Jesus disse sobre a nossa identidade: “Vos sois a luz do mundo…e sal da terra…” (Mateus 5.16). O sal exerce de forma invisível, silenciosa e discreta na influência e no ambiente que que se encontra, produzindo um efeito para o qual foi ali colocado: “…sejam ganhos sem palavras, observando na conduta honesta e respeitosa de vocês” (I Pedro 3.2)

D.     A luz, por sua vez, exerce na função explicita e visível quando está em posição estratégica para iluminar (Mateus 5.13-16). De acordo com o texto, Jesus revela, também, não só a nossa missão, mas revela a nossa identidade: “Vós sois…” e não diz “deveis ser…” Combinadas sal e luz, o cristão se completa para transformar essa geração corrompida.

E.      Foi este o pedido do salmista, que nós possamos declarar em alto e bom som o mesmo desejo, para que os caminhos e a salvação do Senhor sejam conhecidos de todos os homens. Portanto, com este entendimento, precisamos compreender que não existe outra forma de revelar Deus que não seja por meio de nossas ações, isto é, em nossos relacionamentos, em casa, no serviço, na rua, com funcionários, com superiores. Não importa. Expressamos Deus por meio de nossas ações e reações diante das situações.


Conclusão 

“Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te todos os povos. Que a terra dê a sua colheita, e Deus, o nosso Deus, nos abençoe…” Salmos 67:5,6

O salmista fala da alegria que virá quando todas as nações adorarem a Deus. Ele declara que quando as bênçãos de Deus forem derramadas sobre Seu povo, a terra produzirá sua colheita e todos os povos O louvarão e adorarão. Como no aspecto profético do Salmo 65, a vinda do reino de Deus à terra será marcada por uma magnífica produtividade.

·         Que sejamos nessa geração uma igreja com mais atitude e menos discurso. Mais exemplo, e menos declarações verbais. Que as nossas ações venham repercutir e fazer eco nos corações das pessoas. Uma igreja que influencia e não ser influenciada. Acredite nisso: Deus quer fazer de você uma vitrine daquilo que Ele é capaz de fazer. A pergunta que fica é: A sua ausência, faria alguma diferença? As pessoas sentiriam a sua falta, caso você sumisse por alguns dias?

 

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