O poder do clamor: Atitude de persistência

“ Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grande e firmes que não sabes…” ( Jeremias 33.3)

Quantas vezes que nós enfrentemos momento de angústia? E em todas as vezes lamentamos e choramos em vez de invocar e clamar a Deus. No contexto bíblico, a nação de Israel estava preste a ser destruída pela Babilônia. O profeta Jeremias, indignado com a situação, deu a solução em clamar a Deus. O interessante que neste versículo Deus faz duas promessas: Ele vai te dar resposta (proteção, direção e consolo) e também, vai mostrar segredos ocultos. A resposta de Deus sempre irá além da sua compreensão humana, são revelações, segredos e experiências novas. Na verdade, clamar é pedir com intensidade. Uma insistência do coração. Um desejo intenso da alma. É implorar por socorro. É manifestar a nossa fé e a nossa submissão daquilo que o coração tem convicção.

1º O poder do clamor na interversão divina

Dessa forma, entendemos que “pedir” é apenas solicitar e “clamar” é um estágio total da dependência na intervenção divina na sua causa. Lembre-se disso, o clamor está fundamentado em duas coisas: Fé e esperança. A fé é acreditar que já aconteceu e a esperança é acreditar que algo vai acontecer.

Em Isaías 26.16 fala que eles “derramaram a sua oração secreta…”Quando o texto nos mostra que devemos derramar nossa oração secretamente é basicamente é abrir coração a Deus em silêncio, chorar em sua presença, um sussurro da alma, um grito do coração, em ser sincero em suas palavras diante de Deus. Com certeza Ele o ouvirá o seu clamor.

2º O poder do clamor na persistência

“Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta.” (Mateus 7.7)

Quando colocamos em prática o clamor vai exigir da nossa parte a persistência, como o caso do cego Bartimeu e a parábola da viúva, no entanto, por causa da insistência, ele conseguiu a cura e o milagre. A perseverança em meio ao clamor é habilidade de permanecer na prática, manter na constância, manter naquilo que acredita. Às vezes, as pessoas em sua volta e as circunstâncias querem te neutralizar e parar, mas não cesse em clamar. (Marcos 10.47; Lucas 18; Marcos 11.24 Jeremias 33.6; Efésios 3.20).

Durante a nossa trajetória da realização dos nossos sonhos, passamos por momentos desafiadores que colocam em risco a nossa motivação e a nossa força de vontade, o que afeta diretamente na nossa persistência e o nosso foco em continuar clamando. Sim, alcançar aquilo que almejamos, nem sempre é fácil, é preciso foco para não desanimar em meio as adversidade da vida.

E no meio dessa angustia que muitas das vezes devemos mudar da insistência para persistência. Enquanto a insistência é realizar a mesma tarefa sempre da mesma maneira, não cria ou não ter alternativa. A persistência, por outro lado, é realizar a mesma tarefa, porém de maneiras diferentes, está sempre criando alternativas, inovando. A tendência é solucionar os problemas com mais rapidez.

Assim como caso da Mulher Cananeia que usou sua insistência em clamar a Jesus pela sua filha que estava endemoniada, ao perceber que não seria respondida ela mudou de estratégia para persistência de se humilhar ao dizer: “até os cachorrinhos comem da migalha do seu Senhor…” (Mateus 15.28). Ela acreditava que até aquilo que os judeus rejeitavam, era o suficiente para curar e restauração a sua filha.

Analise sua insistência e veja se é necessário mudar para persistência. Tudo depende de você. As empresas, por exemplo, se não houver inovação, estará correndo sérios riscos a falência, pelo fato das mudanças constantes dos clientes, novas tecnologias ou aumento da competitivo das concorrências.

Não abra mãos do clamor: “Se clamarem a mim, trarei saúde, curai e abundância de paz…” (Jeremias 33.6). É uma fraqueza espiritual ou emocional? É algo na justiça ou empresa? É algo na família ou casamento? Deus quer ouvir o seu clamor! Então clame a Ele!

3º Clamar é uma maneira de derramar diante de Deus

“…Derrame diante Dele o coração, pois ele é o nosso refúgio e consolo…” (Salmos 62.8)

Como sabemos, as lagrimas é a mais nítida expressão da alma. As mais belas declarações em palavras normalmente são acompanhadas com lágrimas, mesmo quando nos falta palavras. As lagrimas traduz o que não conseguiríamos traduzir em palavras, na qual, tem implicações direta em nossa vida.

Por esse motivo que o salmista Davi usa a palavra de modo figurado “derramar” que tem o sentido de empregar vida, choro da alma, queixa, rasgar o coração, mostrar o que está por dentro, um clamor da alma, jogar tudo para fora, derramar o seu ser. Basicamente, depositar tudo diante do Pai suas dúvidas, fraquezas, inseguranças, incompreensões, injustiças, temores, mágoas – é contar tudo, sem rodeios e sem máscaras.

O livro de Salmos, por exemplo, é muito transparente em questão das emoções. Ele mostra de forma honesta e direta, desnudando suas emoções ao afirmar: “Estou exausto de tanto gemer. De tanto chorar inunda de noite a minha cama…” (Salmos 6.6). Na verdade, as nossas orações não é apenas informar a Deus os nossos problemas, mas sim, levar a nossa transparência do lado de dentro e dirigir a nossa dependência a Deus. Era isso que Deus queria com o povo de Israel: “E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes…” (Joel 2.13) O profeta Joel apelava pelo fim de uma vida religiosa e pelo fim da hipocrisia. Vivem aparentando uma coisa que não vivem.

Portanto, a intimidade facilita a gente expressar os nossos sentimentos e nossas emoções. Quando a intimidade é frágil, temos a dificuldade de chorar nos cultos ou no nosso devocional com Deus. Antigamente, era normal ver irmãs levando lenço para o culto, pois tinha certeza que ao decorrer do culto as lágrimas desceriam.

Mesmo porque, as lágrimas expressa nossa sensibilidade e nosso afeto pelas coisas de Deus. Além disso, quando ficamos um bom tempo indiferente e frio com as coisas de Deus, a intimidade tem a capacidade de resgatar o que você era antes. Fazendo sentir dor pela perda, ou seja, produz saudades do tempo que sentia a presença de Deus ou do tempo que Deus falava com você pessoalmente

DERRAMAR NAS VIGILIAS DA NOITE 

“que as lágrimas corram como um ribeiro! Derrame o seu coração como água na presença do Senhor nas vigílias da noite.” (Lamentações 2:18-19)

O livro de Lamentações revela a situação caótica de Judá após a conquista de Jerusalém pelos babilônicos, que ocorreu como resultado dos pecados do povo e da negligência às advertências proféticas. Apesar do sofrimento, Jeremias acreditava na compaixão e na misericórdia do Senhor para aqueles que se voltam para Ele. Em expressão poética, Jeremias expressa esperança no Senhor e na sua misericórdia. E suplica a Deus em favor do povo. Em suas lamentações não contém nenhuma resposta do Senhor, apenas relata o sofrimento e do desejo do povo antes de receber a misericórdia do Senhor. Em suas lamentações, o profeta Jeremias aconselha o povo a levantar os olhos para Deus, e examinar sua vida e se arrepender, para que assim eles possam escapar da ira de Deus.

A.      Apesar da enorme humilhação, o povo continua acomodados com seus pecados. Foi então necessário despertá-los dessa insensibilidade ao dizendo: “Levante-se e chorem…” Ele acrescenta, derramar seus corações como águas, é literalmente derramar seus corações e seus gritos e gemidos diante de Deus em forma de arrependimento, de modo a buscar alívio e misericórdia dele

B.      Observe que o apelo é para chorar no início das vigílias, mesmo quando o sono começa a aparecer e a noite é mais calmo, ou seja, derramar suas queixas no exato momento em que outros descansam. A oração da madrugada, como já pudemos ver, não é para mostrar que a oração é mais forte. Mas uma oração genuína baseada na fé e no quebrantamento.

C.      O proposito único de levantar de madrugada é simplesmente pelo prazer de falar com Deus. Com objetivo de se derramar nossos desejos e inquietudes diante d’Ele. Uma busca por intimidade e gratidão e não por um mero sacrifício. Então, quanto às circunstâncias eram de caos e destruição, a orientação do profeta é não permitir que as pessoas relaxassem. Em resumo, ele sugere que seja uma tristeza contínua: “Eu amo os que me amam, e os que de madrugada me buscam me acharão…” (Provérbios 8.17)

CONCLUSÃO

Seja qual for a tua situação, separe um tempo para derramar suas lagrimas de madrugada. De madrugada é mais tranquilo e silencioso e, além do sono, talvez mais nada atrapalhe a sua atenção.

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